Quem será a próxima estrela angolana na NBA?

Quem será a próxima estrela angolana na NBA?

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Foto: Sarah Stier / Getty Images

Bruno Fernando é o primeiro angolano a jogar na NBA, o poste de 20 anos foi a 34ª escolha do draft pelos Philadelphia 76ers mas foi transferido para os Atlanta Hawks graças a um acordo prévio entre as duas equipas. Bruno usa a camisola 24 nos Hawks e assinou um contrato de 3 anos com a equipa de Atlanta.

No dia 24 de outubro de 2019, fez a sua estreia na NBA, saltando do banco para fazer 7 pontos, 3 ressaltos e 2 assistências, contribuindo assim para a vitória da sua equipa por 117-100, frente aos Detroit Pistons.

Mas antes de chegar à NBA, Bruno passou pela High School, onde representou primeiro a Montverde Academy (2015), depois a IMG Academy (2016) e de 2017 à 2019, jogou no College, onde construiu o seu nome na Universidade de Maryland e, diga-se de passagem, fê-lo com classe. Este costuma ser o processo tradicional para se entrar na NBA, existem outras formas, jogadores que não sejam de nacionalidade americana, por exemplo, podem inscrever o seu nome no draft desde que estejam vinculados a uma equipa fora dos Estados Unidos. Carlos Morais (Toronto Raptors), Victor Muzadi (Dallas Mavericks), Gerson Monteiro (San António Spurs) e Olímpio Cipriano (Detroit Pistons), são exemplos de atletas angolanos que tentaram ingressar na maior liga de basquetebol do mundo por esta via, mas infelizmente não funcionou.

Bruno mostrou-nos que é possível lá chegar e outros jovens angolanos têm traçado a mesma trajectória em busca de um sonho em comum: jogar na NBA. Iremos listar alguns aqui que certamente valem a pena acompanhar:

Levy Miguel

O base angolano de 21 anos e 1,91m passou as temporadas de 2016/17 e 2017/18 a jogar no Casper College e, na sua última temporada, fez uma média de 6.2 pontos, acertou 40% dos lançamentos de 2, fez 3.1 ressaltos e deu 2.6 assistências por jogo, em 31 jogos (17 como titular). Na última temporada transferiu-se para Fort Lewis College, que actua na Division II da NCAA, e tem lutado para conquistar o seu espaço na equipa.

Levy Miguel fez parte da selecção nacional sub-19 que disputou o campeonato do mundo em 2017.

Eric Amândio

O base de 21 anos passou a última época no Marshalltown Community College, em Iowa, onde teve médias de 11.0 pontos por jogo, 4.6 ressaltos e 1.7 assistências em 23.9 minutos por jogo. Apesar da boa época, Eric ainda não se comprometeu com nenhuma universidade.

https://twitter.com/eric_amandio/status/1244511625530523650?s=20

Valdir Manuel

Classificado como um atleta de 3 estrelas no site Rivals.com e o 17º melhor da sua posição, o poste Valdir Manuel, de 20 anos, 2,06m e 95Kg é um dos jogadores mais cobiçados da turma de 2019/20. Das 9 propostas recebidas, Valdir escolheu representar a Penn State University e integrará o novo elenco na época de 2020/21.

Titular em 24 dos 30 jogos em que participou na última temporada em Harcum College, Valdir anotou médias de 13.3 pontos e 10.1 ressaltos por jogo.

Rifen Miguel

Com 2,03 metros e 109Kg, o extremo-poste angolano a jogar no Tallahassee CC Eagles tem uma tremenda habilidade com a bola para alguém do seu tamanho e é bom em lançamentos sem oposição. No dia 14 de Abril, o irmão mais velho de Selton anunciou que comprometeu-se com a Universidade de Ohio para a temporada 2020/21 do basquetebol universitário.

Rifen teve uma média de 7.8 pontos e 4.2 ressaltos por jogo na época passada, antes da sua temporada ter sido interrompido devido a uma lesão.

https://twitter.com/rifenmiguel/status/1146087018776207361?s=20

Selton Miguel

Actualmente na West Oaks Academy, o extremo-base angolano de 19 anos, 1,93m de altura e 88Kg comprometeu-se recentemente com a Universidade de Kansas State, onde se estreará no basquetebol universitário a partir da época 2020/21. Base versátil, podendo fazer várias posições, além de ser muito forte defensivamente, Selton tem um futuro promissor à sua frente.

Nesta temporada, Selton teve médias de 20.6 pontos, 4.4 assistências, 2.2 ressaltos e 2.1 roubos de bola por jogo.

À data, o site Rivals classifica-o como um recruta de 4 estrelas, 98º na sua classe de recrutamento e como o 23º melhor jogador na sua posição. O site 247 Sports também o tem como um activo de 4 estrelas.

https://twitter.com/selton_miguel/status/1179813975502069760?s=20

Sílvio de Sousa

De todos os angolanos a jogar nos Estados Unidos, Sílvio é o que está mais próximo do draft da NBA. Entretanto, o seu percurso tem sido um mix de emoções, uma montanha russa de acontecimentos que chegaram a meter em causa a sua continuidade no basquetebol universitário.

Apesar de ter chegado no meio da época e de um arranque lento, Sílvio foi peça chave na conquista do título da Conferência Big 12 e a alcançar a Final Four da NCAA, derrotando os Duke na final regional. Entretanto, ao entrar para a época de 2018 as coisas ficaram feias para o extremo-poste angolano, Sílvio foi suspenso por duas temporadas por causa de uma violação às regras da NCAA e passou toda a sua segunda época de basquetebol universitário sem poder jogar. Na sua terceira e última época antes de poder candidatar-se ao draft da NBA, o extremo-poste angolano de 21 anos foi absolvido e voltou a jogar pela Kansas University. Actualmente tem uma média de 8.2 minutos, 3.3 pontos e 3.3 ressaltos por jogo.

Sadraque Nganga

Sadraque é um jovem de 16 anos que joga pelos Hillcrest Prep, equipa da High School (ensino médio se quisermos fazer uma equivalência com o nosso sistema de ensino) e que tem deixado os treinadores universitários rendidos ao seu talento. A melhor maneira de descrever o jogo de Sadraque é dizer que ele é um jogador versátil, um all-around player. Ele pode simplesmente fazer tudo. Com 2,08m e 90 kg, ele é um recruta de 5 estrelas em todos os sites de recrutamento (Rivals.com, 247 Sports, ESPN) e é considerado o segundo melhor jogador de todo o estado de Arizona, segundo a ESPN.

Destacou-se no CP3 Rising Stars em Agosto de 2019, fazendo com que o treinador Ray Weathers o chamasse de “Ben Simmons que lança”. “Este miúdo consegue fazer tudo – passar, ressaltar, lançar, marcar… E ele continua a crescer”, afirmou o treinador.

O “Próximo KD” ou “Mini KD”, como é chamado pela imprensa americana, tem mais dois anos antes de poder jogar por uma universidade, mas já tem 7 propostas para bolsa de escolaridade universitária, entre elas as de Arizona, Arizona State, Oklahoma e Maryland.

Quem será a próxima estrela angolana na NBA? O futuro dirá. As bases estão lançadas e esperemos que os nossos rapazes consigam desenvolver ainda mais o seu jogo e tornar-se jogadores cada vez melhores.

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