A equipa principal do Clube Desportivo Primeiro de Agosto entrou em quarentena institucional após o jogo com o Kaizer Chiefs, disputado no dia 5 do corrente mês, por determinação da Comissão Multissectorial para Prevenção e Combate à COVID-19. A medida profiláctica foi adoptada de modo a evitar uma eventual disseminação do vírus da nova estirpe da Covid-19, detectada em alguns países com os quais Angola encerrou fronteiras, incluindo a África do Sul, mas permitiu excepcionalmente a entrada da equipa sul-africana para a realização do jogo, com a condição de os jogadores militares cumprirem duas semanas de total recolhimento.
Os tetracampeões nacionais que acabaram afastados da fase final da competição continental de clubes, ao serem derrotados em casa (0-1) pelo Kaizer Chiefs. Desde essa data, os jogadores encontravam-se confinados no Complexo Residencial Dany Massunguna, sito na Cidade Desportiva do 1° de Agosto, cumprindo um rigoroso isolamento nos respectivos quartos e impedidos de desenvolver qualquer actividade de preparação e treinamento.
As autoridades sanitárias lamentaram a situação que, entretanto, consideraram ser um mal menor, em comparação ao risco de contágio em massa, caso alguém tivesse sido infectado. O confinamento deixou sem efeito os jogos do 1º de Agosto diante do Wiliete de Benguela, Desportivo da Huíla, Recreativo da Caála, Sagrada Esperança e Progresso do Sambizanga.
A Federação Angolana de Futebol (FAF) emitiu um comunicado (na altura do adiamento do jogo frente ao Wiliete) a dar conta da alteração, sem data, da partida, apesar da equipa benguelense fazer menção de que já havia iniciado a viagem para Luanda. Contudo, cumprida que está a quarentena, os responsáveis da formação do Rio Seco defendem o regresso à normalidade competitiva, somente depois dos jogadores recuperarem parte da capacidade físico-atlética, comprometida pela nova paragem, quando vinham de um trabalho virado à recuperação da longa paragem, por isso, os jogos frente ao Sagrada Esperança e o Progresso do Sambizanga foram adiados.
O clube militar voltará às competições já na próxima quarta-feira, dia 3 de Fevereiro, para a 8ª jornada do Girabola, frente ao Bravos do Maquis, às 17 horas no Estádio 11 de Novembro.
À semelhança do 1° de Agosto, o Petro de Luanda terá pela frente o mesmo Kaizer Chiefs da África do Sul, na fase de grupo da Liga dos Campeões, e tudo leva a crer, até lá, a exemplo do conjunto militar, que o conjunto “tricolor” terá que cumprir uma quarentena de duas semanas.
“Espero que até à data dos dois jogos, a situação esteja ultrapassada, caso contrário será um Deus-nos-acuda”, afirmou o responsável do grémio petrolífero Tomás Faria que é de opinião de que o desporto tem sido o “parente pobre”, comparado com outros sectores do país, na era da Covid-19.
Para o número 1 da formação petrolífera, o Executivo de João Manuel Lourenço é bastante exigente com o Desporto, particularmente o futebol, mas mostra-se condescendente com outras áreas.
“As autoridades sanitárias exigem que os atletas sejam submetidos a testes, num intervalo de 48 horas, entre um e outro jogo, mas um cidadão que se desloca de Luanda para outras províncias, a testagem tem validação de aproximadamente 15 dias”, interroga-se o dirigente.