Com a temporada regular da NBA a chegar ao fim, é hora de começarmos a pensar sobre os prémios das principais categorias. Chegou a hora de escolhermos o “MVP“, “Rookie Of The Year”, entre outras mais.
E quando trata-se de escolher o Treinador do ano, a forma de escolher o vencedor é um pouco mais complicada. Em cada temporada há sempre um Treinador que leva a sua equipa a um nível muito superior, em relação a temporada passada, sem esquecer que muitos têm um plantel muito limitado. São esse os principais factores a ter-se em conta na escolha do Treinador do Ano, que na maioria das vezes torna a corrida a esse prémio intrigante e imprevisível.
Na actual temporada tivemos bons treinadores que souberam lidar com as crises da sua equipa, e levaram a mesma ao sucesso. Como analista da NBA, trago agora os 4 principais candidatos para ganharem o prémio de “Coach Of The Year”. Confira:
Mike Budenholzer, Milwaukee Bucks
Budenholzer não é uma pessoa estranha para o prémio de “Coach Of The Year”. Ele foi o treinador do ano na temporada 2014/15, onde liderou os Atlanta Hawks ao topo da Conferência Leste com o índice 60-22. Mas nessa temporada, Mike fez um grande trabalho com os Bucks.
Depois de serem eliminados na primeira ronda dos Playoffs passados, diante dos Boston Celtics, a franquia de Milwaukee decidiu que Budenholzer seria a pessoa certa para ajudar no desenvolvimento de Giannis Antetokounmpo, levando a equipa a outro nível. Ninguém poderia saber como essa equipa dos Bucks seria, tendo o estilo de jogo em volta de Antetokounmpo. Até agora os Bucks não decepcionaram, e Mike também.
O sistema ofensivo da equipa mudou muito, e por culpa de Budenholzer. Tendo colegas como Brook Lopez, Malcolm Brogdon, e Khris Middleton, Giannis conseguiu prosperar e desenvolver-se tornando-se no principal candidato para o prémio de MVP, a par de James Harden dos Houston Rockets. Os Bucks são a terceira equipa mais eficiente ofensivamente dessa temporada, na temporada passada terminaram no 10º lugar nesse quesito. Eles têm a segunda maior taxa de eficiência de acertos de triplos, e a melhor em %FG e %FGM
E defensivamente os Bucks não ficam atrás, superando as temporadas anteriores onde foram comandados por Jason Kidd e Joe Prunty (18ª posição em 2017/18, permitindo 109,1 pontos por jogo). Actualmente são a equipa que permite menos pontos dos adversários, com 104,5 pontos por jogo. Pelo seu estilo de jogo, podemos ver que a equipa é muito menos agressiva no perímetro e priorizam a protecção do aro.
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Nem sempre é fácil julgar o impacto de um treinador, mas o que Budenholzer fez para o Bucks não pode ser ignorado. Ele foi a melhor aquisição na última “offseason” na equipa de Milwaukee. Encontrou uma equipa com potencial e fez com que eles atingissem esse potencial, tornando-se a equipa com melhor recorde nessa temporada.
Doc Rivers, Los Angeles Clippers
Não muito tempo atrás, o tempo do Treinador Doc Rivers nos Clippers estava a chegar ao fim. O cargo de presidente de operações de basquetebol e treinador não estavam a ser bem conciliados, desestruturando o elenco da equipa. Mas desde que ele deixou o cargo de Presidente, parece que Rivers reencontrou o seu “toque de Midas”. Ele transformou numa equipa sem uma estrela sonante num plantel de dar inveja, principalmente na equipa da mesma cidade.
Danilo Gallinari está a realizar uma óptima temporada, onde praticamente não foi afectado por lesões, algo que acontecia constantemente nas temporadas passadas. Lou Williams vai, com certeza, ganhar o prémio de “6th Man Of The Year”, como é de hábito. Montrezl Harrell fez uma temporada de revelação, e o novato Shai Gilgeous-Alexander subiu muito de cotação e tem feito bons números.
Rivers soube enquadrar todos perfeitamente, algo de forma muito magistral. Ele criou uma equipa com familiaridade e com senso de cultura, cultura essa que fez com que a mesma conseguisse uma vaga nos Playoffs. Por isso, talvez Doc Rivers pode ganhar o seu segundo prémio de “Coach Of The Year” na NBA.
Mike Malone, Denver Nuggets
Os Nuggets são, sem dúvidas, uma das melhores equipas da Conferência Oeste, e isso tudo por culpa de Malone. Apesar do facto de que não vão ficar no 1° lugar, o que eles conseguiram nessa temporada já é uma realização.
Em comparação com a temporada passada, a equipa de Denver deu mesmo um enorme “salto”, onde Malone ajudou e muito no desenvolvimento de Nikola Jokic, que para muitos é o melhor “Center” da Liga, sem esquecer o grande trabalho que fez com vários jogadores, como Jamal Murray, Monte Morris e Malik Beasley.
A melhoria mais visível na equipa foi no lado defensivo, comparada à temporada passada em que tinham graves problemas em defender qualquer equipa. Eles terminaram no 23º lugar em eficiência defensiva, logo atrás dos New York Knicks.
Apesar de não estarem entre as melhores equipas, no sistema defensivo, Malone tem feito um grande trabalho e precisamos respeitá-lo por isso. Os Nuggets estão no Top 10 das equipas com os melhores sistemas defensivos, e Jokic, em particular, tem feito progressos nesse sentido. Denver também saltou da equipa com o pior ranking de triplos, para a 2ª melhor.
O trabalho de Malone não tem sido fácil. A equipa de Denver tem sofrido com lesões de jogadores cruciais, como Paul Millsap, Gary Harris e Will Barton. Mas mesmo com a ausência de vários jogadores, Malone tem conseguido ganhar jogos.
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Os Nuggets têm tudo para entrar nos Playoffs com um recorde melhor do que todas as outras equipas da sua Conferência, com a excepção dos Golden State Warriors. Malone merece crédito aqui.
Nate McMillan, Indiana Pacers
Quando Victor Oladipo lesionou-se em Janeiro, perdendo o resto da temporada, os Pacers tiveram que fazer uma reflexão muito rápida. Sem os serviços do seu único jogador All-Star, era esperado que a equipa de Indiana começasse a cair na classificação na sua Conferência
De alguma forma, McMillan e os seus pupilos, foram capazes de conseguirem vitórias importantes para lutarem por uma vaga nos Playoffs. Actualmente a equipa está no “taco-a-taco” com os Boston Celtics para o 4° lugar.
E a equipa conseguiu isso com jogadores que para muitos eram menos importantes, como Myles Turner, Darren Collison, Bojan Bogdanovic e Thaddeus Young. Esses jogadores não são estrelas, mas com esforço conseguiram ser produtivos. Não podemos esquecer também de Domantas Sabonis, um candidato ao prémio “6th Man Of The Year” e Doug McDermott, que vindo do banco têm ajudado muito a equipa.
Os Pacers permaneceram uma equipa competitiva por causa de sua energia defensiva. Eles estão em terceiro lugar em eficiência defensiva, sétimo em %FG e quarto em turnovers adversário. Como disse o jornalista Chris Herring, no FiveThirtyEight, esta equipe não tem nenhum problema com ganhar de uma forma feia.
Considerando a lesão de Oladipo e um plantel com pouco rigor, os Pacers estão muito bem colocados. McMillan deve receber o reconhecimento por isso.
E para si, quem merece o prémio de Coach Of The Year?