Em um acto sem precedentes, a CAF entregou o controle do futebol africano à FIFA, a entidade máxima do futebol mundial, após os escândalos de corrupção que consumiram a Confederação Africana de Futebol, no que é visto por muitos como uma admissão categórica de sua incompetência.
A senegalesa Fatma Samoura, actual secretária-geral da FIFA e ex-funcionária da ONU, foi a escolhida para dirigir a CAF como “Delegada Geral da FIFA para a África” por um período de seis meses, de 1 de agosto de 2019 à 30 de janeiro de 2020, renovável por mais seis meses com o acordo de ambas as organizações.
O acordo, anunciado em uma declaração conjunta, permite que a FIFA assuma a gestão do futebol no continente africano.
A decisão vem em meio a uma controvérsia de corrupção em que o presidente da CAF, Ahmad Ahmad, foi preso em Paris sob a acusação de corrupção. A prisão de Ahmad, membro proeminente do comité executivo da FIFA, representa um grande revés para as alegações do órgão global de evitar a corrupção após a demissão do presidente Sepp Blatter.
Samoura liderará uma “auditoria forense” das finanças do CAF e uma “revisão de raiz” da governança, disseram as autoridades. Ela também supervisionará a gestão da organização e recomendará reformas. A FIFA diz que a mudança colocará a CAF em “uma base moderna e sólida, melhorando sua imagem e reputação”. Com a nova estrutura, é improvável que Ahmad exerça muito poder, se é que terá algum.
A CAF tem se congratulado com o novo acordo, que enfrentou oposição de alto nível em outros lugares. Aleksander Čeferin, presidente da UEFA, a entidade máxima do futebol europeu, questionou a legalidade da decisão.
Com a FIFA procurando melhorar a imagem do futebol, a controvérsia de Ahmad veio como um grande embaraço para o presidente da FIFA, Gianni Infantino, que vem reclamando uma FIFA com aparência nova, limpa e sem corrupção.
