A troca de nacionalidades para jogar o Campeonato do Mundo

A troca de nacionalidades para jogar o Campeonato do Mundo

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Catar receberá a 22ª edição do Campeonato do Mundo de futebol, de 20 de Novembro a 18 de Dezembro do corrente ano e países como Brasil, Alemanha ou Argentina, estão entre os favoritos para o tão desejado título mundial.

Representar o seu país é sempre um motivo de orgulho e fazê-lo no campeonato do mundo é o sonho de qualquer jogador. No entanto, por diversas razões, muitos não têm tido esta oportunidade, sendo forçados a trocar de nacionalidade para poder realizar este sonho.

Segundo as regras da FIFA, qualquer jogador pode representar uma selecção nacional desde que tenha a cidadania deste país. Caso um jogador queira representar um país que não seja o seu de nascimento, ele deve demonstrar uma “ligação clara” ao país que deseja representar, ou seja, o jogador deve ter pelo menos um dos pais ou avôs que tenha nascido nesse país, ou o jogador deve ter sido residente nesse país durante pelo menos cinco anos.

Com isto, neste Campeonato do Mundo, 137 jogadores irão representar uma nação diferente da sua de nascimento, um total de 16% dos jogadores convocados. Deste grupo, a bandeira angolana salta à vista por duas vezes: Eduardo Camavinga (França) e William Carvalho (Portugal).

Eduardo Camavinga nasceu em Angola, num campo de refugiados de Cabinda e aos dois anos de idade foi com a sua família para França, fugindo a guerra civil em que se encontrava o país. Agora com 20 anos, fará a sua estreia no Campeonato do Mundo representando o país que o acolheu. De certa forma, a história de Camavinga é semelhante à de muitos dos seus companheiros de equipa, que ou nasceram em África ou as suas raízes são africanas. Aliás, não apenas os seus companheiros de equipa, Garang Kuol, avançado australiano, tem uma história muito similar: família do Sudão do Sul, que fugiu para o Egipto, onde ele nasceu, antes de irem para a Austrália onde viveram como refugiados.

Curiosamente, ao contrário da narrativa que muito se vendeu em relação a França, de que era uma “selecção africana”, hoje os gauleses têm apenas 3 jogadores nascidos em outro território. Além de Camavinga, Steve Mandanda é proveniente da RDC e Marcus Thuram nasceu na Itália. Por outro lado, há um total de 34 atletas nascidos em França nas 5 selecções africanas que vão ao mundial. Tunísia (10), Senegal (9) e Camarões (8) são as selecções africanas com mais “atletas franceses”.

Veja abaixo a lista de jogadores que estarão no Campeonato do Mundo e que não jogarão pelo seu país de origem:

O Campeonato do mundo acaba por ser uma amostra de como o mundo à nossa volta se move e como tudo está entrelaçado. Há um francês na Alemanha, um Guineense na Espanha, um Jamaicano na Inglaterra, um Sueco no Irão, e acreditem, um norte americano no Japão! Dos 32 países presentes no Mundial, apenas 4 têm todos os jogadores nascidos no seu país de origem: Arábia Saudita, Argentina, Brasil e Coreia do Sul.

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