Acossados pelo certificado que revela o pior custo-benefício do futebol europeu, os contabilistas dos Noisy Neighbours decidiram inovar o annual report. Publicado recentemente ( 8/11 ), o relatório anual dos citizens, apresenta um exercício, pouco usual, de 13 meses em vez dos habituais 12, um mês adicional, que segundo nos revela O Público – é uma medida para ajustar o clube ao universo empresarial em que se inclui -. A meu ver, o mês adicional, pretende escamotear, o primeiro défice orçamental do clube em 3 anos e, sobretudo, visa proteger o Pep Guardiola por ter infringido o objectivo – zero financial debt – defendido por Khaldoon Al Mubarak ( dono do clube ) em declarações recentes ao The Guardian.
Passemos aos números
o Manchester City anunciou uma receita recorde de 535 milhões de euros e um lucro de 1.1 milhões. O volume dos negócios dos citizens cresceu 21%. Num exercício de 13 meses que terminou a 30 de Junho de 2017 o clube revelou um aumento significativo nas receitas comerciais e de transmissões televisivas, estas últimas, a representar quase metade do bolo ( 247 milhões ) dos 535 milhões anunciados.
Segundo dados do Maisfutebol, o lucro desta época ( 1.1 milhões ) foi bastante inferior aos anos anteriores – 12,5 milhões em 2014-15 e 22,7 milhões 2015-16 -, e como se pode depreender destes números, o décimo terceiro mês a justificar, claramente, os lucros de 1.1 milhões. Para mais, o The Guardian, revela que no relatório apresentado não foram incluídos os salários de jogadores recém chegados tais como: Benjamim Mendy, Kyle Walker e Danilo.
Jogar bonito tem o seu preço, um Pep Guardiola, claramente, despesista, com avultados prejuízos camuflados nestes 13 meses de exercício financeiro. Apesar de não ter vencido o título na época passada, este ano, Pep tem procurado justificar os balúrdios investidos com exibições convincentes, somando na Liga Inglesa 31 pontos em 33 possíveis e com o apuramento garantido para os oitavos finais da Liga dos Campeões, com duas jornadas ainda por jogar.