De 18 de Novembro de 2001 à 27 de Setembro de 2019 são exactamente 17 anos e 10 meses que o Petro Atlético de Luanda não sabe o que é participar na fase de grupos da Liga dos Campeões Africanos. Competir com os melhores clubes do continente passou a ser algo novo para o clube angolano com maior número de títulos.
Depois de eliminar com superioridade assinalável o Matlama FC do Lesotho com um agregado de 4 golos sem resposta, o Petro avançou para última eliminatória de qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões Africanos 2019 e marcou encontro com o emergente Kampala City, gigante Ugandês que marcou presença na edição 2018 da liga milionária africana.
Após um jogo equilibrado em Luanda, e com um empate sem golos no estádio 11 de Novembro, os fantasmas da eliminação, e as histórias muito frequentes de derrotas por causa de arbitragens tendenciosas, esperas no aeroporto em péssimas condições entre outras peripécias ainda tradicionais no futebol africano pairavam na mente dos Tricolores mais optimistas, afinal, o favoritismo era dos Ugandeses que em casa normalmente são muito competentes.
Na antevisão ao jogo, Mike Mutebi, treinador dos ugandeses, alertou para que a sua equipa não se acomodasse pois o Petro era perigoso – ele sabia que o nulo trazido de Luanda era bom mas era necessário ter cautela na abordagem ao jogo. “Não devemos dar tempo a eles para jogar a bola, eles são muito muito bons quando se trata de segurar a bola, por isso temos que evitar que eles tenham bola”.
Aos 34 minutos, Charles Lukwago guarda-redes do Kampala City, derrubou Isaac Mensah dentro da área. O experiente e malabarista extremo angolano de dribles desconcertantes, Ricardo Job Estêvão, capitão do Petro de Luanda, não desperdiçou e inaugurou o marcador aos 37 minutos na transformação da grande penalidade.
O Kampala City em casa, impulsionado pelo seu público, reivindicou no segundo tempo e recuperou o equilíbrio com Mustafa Kizza, que finalizou uma jogada de Sadat Anaku aos 57 minutos, apesar do empate na última meia hora de jogo, e várias tentativas frustradas para virar o rumo dos acontecimentos, o Kampala não marcou, apesar de Kiiza chegar duas vezes perto na cobrança de livre directo.
“Foi difícil jogar com uma equipa muito habilidosa como é o Kampala City, sabíamos que não seria fácil. Jogamos bem e o penalti facilitou-nos o trabalho, conseguimos controlar e mantivemos a bola para os enervar e frustrar com o passar do tempo, apesar de terem criado várias chances. Agora, o foco está na fase de grupos que era o principal objectivo, voltar a competir a este nível” – Disse Toni Cosano, treinador principal, Petro Atletico.
“Estou decepcionado por não chegar à fase de grupos porque é o lugar do Kampala City. Os rapazes deram tudo de si, a melhor equipa passou, e agora nosso foco vai para a Taça das Confederações da CAF. Temos que continuar a aprender com os nossos erros em todas as etapas e os jovens continuarão melhorando. O penalti fez a diferença e a experiência do adversário foi a diferença no jogo” – Mike Mutebi, treinador principal, KCCA.
Na sua última participação, em 2001, o Petro chegou até as meias-finais, altura em que foi eliminado aos penaltis em plena Cidadela pela poderosa equipa Sul-Africana, Mamelody Soundowns, após uma fase de grupos em que fez história pela campanha vencendo fora de casa o Al-Ahly do Egipto e o ASEC Mimosas do Gana, dois gigantes do continente africano com vários títulos intercontinentais.