PREXIT: O Mercantilismo na Premier League.

PREXIT: O Mercantilismo na Premier League.

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O modelo de negócio escolhido pelas principais equipas que militam no principal escalão do futebol inglês, traduzem-se na antítese do protecionismo plasmado no manifesto do BREXIT.

Numa altura em que o Premier, Boris Jonhson e líder dos “Tories”, pretende impor controlos aduaneiros “alargados” sobre todos os produtos provenientes da UE a partir de 1 de janeiro de 2021, quando termina o período de transição pós-Brexit, os principais emblemas britânicos caminham no sentido inverso e andam apeados do protecionismo econômico apregoado pelo Premier e continuam comprometidos com o multilateralismo de Ursula von der Leyen.

Se analisarmos os factos no tempo e no espaço, facilmente concluiremos que a tese comercial de Boris Johnson se aplica assertivamente na Premier League, senão vejamos;

Ao longo das últimas três décadas, centenas de jogadores foram adquiridos no mercado comum europeu pelos clubes ingleses mas apenas algumas dezenas obtiveram sucesso e deixaram a sua marca nos anais da história do futebol britânico.

Aos 10 de Janeiro de 1995, quando o Andy Cole, avançado do Newcastle assinou pelo Manchester United por 6 milhões de libras esterlinas, tornando-se na altura a transferência mais cara do futebol britânico, não imaginava que 25 anos depois os clubes ingleses gastariam mais de 800 milhões de libras esterlinas em avançados ultramarinos.

Da tabela dos principais marcadores da Premier League liderada por Allan Shearer com 260 golos, figuram apenas dois jogadores ultramarinos no Top10, a saber: Kun Aguero, Argentino do Manchester City com 180 golos na quarta posição e o Francês Thierry Henry ex Arsenal com 175 golos na sexta posição.

O alemão Kai Havertz, proveniente do Bayer Leverkusen, é o jogador mais caro da história do Chelsea ( Clube fundado em 1905 ) custando aos cofres dos londrinos 80 milhões de euros ( + 20 milhões por objectivos ) que por sinal, foi adquirido pelo jogador mais influente da história do Chelsea, Frank Lampard ( 177 golos e 102 assistências na Premier League ) que assinou pelo emblema londrino em 2001, vindo do West Ham, por apenas 11 milhões de libras esterlinas.

Os clubes da Premier League nos últimos tempos especializaram em abrir os cordões à bolsa para a aquisição de jogadores ultramarinos por somas astronômicas. A pujança financeira é justificada com os valores exorbitantes dos direitos televisivos, a bilheteira, o merchandising e os patrocínios. Vejam o caso do Wolverhampton que adquiriu um Júnior do Futebol Clube do Porto, Fábio Silva, por 35 milhões de libras esterlinas, tornando-se no jogador mais caro da história do conjunto de Nuno Espírito Santo.

Norte, Midlands, Sul, de Londres a Birmigham, de Newcastle a Manchester, todos os emblemas vão desfilando num festival de contratações apoteóticas que, infelizmente, têm sido autênticos fiascos que não garantem sucessos desportivos nas competições internas e europeias.

Diga-se, em abono da verdade, que algumas dezenas de jogadores ultramarinos conseguiram, realmente, provar o seu valor na Premier League, deixando um legado incontestável, David Silva, Didier Drogba, Robert Pires, Luís Suarez e muitos outros fazem parte de um leque restrito de jogadores ultramarinos que conseguiram desmentir o Boris Jonhson e provar por a+b que o PREXIT é um caminho arriscado.

É certo como o destino que jogadores ultramarinos como o Timo Werner, Nicolas Pepe, Sébastien Heller, Wesley Moraes, Fábio Silva, Joelinton e muitos outros, não obstante o facto de serem pagos a peso de ouro, jamais atingirão na Premier League patamares elevados atingidos por jogadores britânicos ao longo destas últimas 3 décadas, Wayne Rooney, Robbie Fowler, Jermain Defoe, Les Ferdinand e Teddy Sheringham em golos, assistências, consistência e longevidade.

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