A CIES Football Observatory (Centro Internacional de Estudos Desportivos) divulgou um relatório onde analisou a presença de futebolistas expatriados em 147 ligas de 98 federações nacionais.
Antes de mais, define-se expatriado como os jogadores que cresceram fora da associação nacional do seu clube empregador e que se mudaram para o estrangeiro por razões desportivas. Esta definição permite isolar as migrações directamente ligadas à prática do futebol, desta forma, os jogadores de origem estrangeira que cresceram na associação do seu clube empregador não são considerados expatriados.
A amostra é constituída por jogadores que foram escalados em jogos do campeonato durante a época 2018/19. Os dados são referenciados até o dia 23 de abril de 2019.
O Brasil está claramente no topo do ranking dos países exportadores de futebolistas. No total, 1.330 jogadores que cresceram no Brasil jogam nas 147 ligas cobertas por este relatório. Os brasileiros estão presentes em 85 das 98 federações. Isso reflecte o papel único desempenhado pelo Brasil no fornecimento de futebolistas profissionais em todo o mundo.
Com mais de 800 expatriados, França e Argentina também se destacam como países exportadores. No total, quase um quarto dos expatriados são do Brasil, França ou Argentina (22,5%). A Nigéria é o principal exportador de África (10º lugar, 361 expatriados), seguido do Gana (12º lugar, 286 expatriados) e do Senegal (16º lugar, 203 expatriados). Angola tem um total de 6 expatriados presentes em 5 federações nacionais, conforme ilustra a imagem abaixo.
Dois países europeus são os maiores importadores de futebolistas: Inglaterra (728 jogadores, dos quais 139 cresceram em outros países do Reino Unido) e Itália (636). Em terceiro lugar está uma força emergente no cenário mundial do futebol: os Estados Unidos (575 jogadores). É preciso descer a 29ª posição para encontrar o primeiro país africano: África do Sul (152 jogadores importados).
A rota migratória mais frequentada tem origem no Brasil e termina em Portugal (261 jogadores). A migração de argentinos para o Chile (116 jogadores) é o segundo eixo principal. Dois canais migratórios que partem da Inglaterra também envolvem muitos futebolistas: o primeiro termina na Escócia (113 jogadores), enquanto o segundo leva ao País de Gales (92 jogadores).
Em África, a rota mais usada tem origem no Zimbábue e termina na África do Sul (42 jogadores), seguida pela dos senegaleses que rumam para a França (40 jogadores).
Veja a lista completa no Atlas Migratório do CIES Football Observatory.
A mobilidade internacional dos futebolistas tem vindo a aumentar progressivamente ao longo dos anos. O número total de jogadores expatriados aumentou 5% em relação a 2018. Os expatriados representam cerca de um quinto do número total de jogadores activos nas ligas analisadas.
Durante o ano passado, o número de expatriados aumentou para cada um dos três principais países exportadores: Brasil (+64 jogadores, +4,8%), França (+37 jogadores, +4,3%) e Argentina (+57 jogadores, +7,0%). Sozinhos, estes países exportam quase um quarto dos futebolistas (22,5%). O número de espanhóis no exterior também aumentou muito (+61, +14,3%). Este é o segundo maior aumento em termos absolutos depois do dos brasileiros.